o
poema que não dura
-
registro do efêmero –
nem
na conversa dos pássaros que sustentam
a
manhã, menos no vapor
do
café já passado
não
penso agora no poema cósmico
no
verbo primeiro
sexo
ontológico de abstrações
quero
um verso rádio
vindo
de encontro
raio
verde da loira longelínea
sardas
pintadas pela proxima tarde
mar
vermelho na cabeça da ruiva
(imagino
seus pentelhos)
o
som do fim do sono da
companheira
espreguiçando trabalho
um
texto para ruminar no trem
santo
andré
até o brás
encontrar
ciganas e índios bolivianos
vendendo
cd com a dança sagrada do sol
- capaz de chover
ainda hoje –
também
não o poema-salário que não
é
poesia, no máximo pressão que não
se
espanta
preciso
da palavra crente: levanta
e
anda
preciso
urgentemente de mais
café
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