Trecho da peça lenz, um outro, escrita em processo com o Coletivo 28 Patas Furiosas. Estreia em breve.
Lenz na janela de seu quarto.
UMA VOZ - que luz brilha através daquela janela é a vida que ainda pulsa na maior das sombras onde dorme
o desconhecido aquele que de inveja mata o sol
porque tem a companhia de tantos
outros astros aquele é Lenz meu aluado meu amado meu amigo que
aconteceria se os olhos
dele estivessem no firmamento e as estrelas na cabeça meu querido por que não vem para perto de mim por que descobre a rota das fugas quando mais estamos enleados entrego corpo vestes preces tenho servido repouso templo casa de seus caminhos porém MEU SENHOR tem por tanto tempo escapado de nossa união que
penso por vezes ter aversão por minha face venha agora que prometo receber com fúria-
calmaria fúria-calmaria fúria-calmaria abrirei as íntimas portas para que adentre com sua
carne eu o envolverei por inteiro possuirei poros
abraçarei
pele nós aqui lado de fora sob esta noite que cavalga de passos
leves nos entregaremos
à sagração de nossos
desejos seremos
atrevidos diante das
estrelas já mortas e apodrecidas
dispa-se de tudo MEU SENHOR e toma
meu
todo com vontade diga meu nome Lenz chame pelo meu nome e serei de novo entregue a você
LENZ –F r i e d e r i k
e...
UMA VOZ - abeire-se em mim sussurre meu nome no ouvido
LENZ –F r i e d e r i k
e...
UMA VOZ - NÃO.
Meu nome é CHÃO
O Chão recebe Lenz. O Chão quebra Lenz. Música cafona de amor inunda o espaço. Lenz urra
de
dor, os órgãos parecem todos fora de suas origens. Lenz se dirige ao público, expondo suas
chagas
de
forma patética, o corpo derramando dores que mais causam
escárnio que compaixão. Finalmente encontra OBERLIN.
OBERLIN – Pulou da janela novamente?
LENZ – O senhor pode, por favor,
colocar meu braço no lugar?
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