PRESENTES
Um homem parou na beira de uma
mulher e atirou uma pedra para dentro dela.
4 anos depois a mulher disse: eu
amo pedras.
4 anos depois o homem disse:
quero minhas pedras de volta.
A mulher deixou-se operar.
O homem embrulhou as pedras em
papel de seda vermelho e deu-as de presente à mulher.
A mulher deu de presente ao homem
a conta do hospital.
O homem deu de presente à mulher
de 1 a 2 filhos.
Os filhos deram de presente ao
casal 1,6 kg de alegria.
O casal, de alegria, pulou da
janela.
A repartição de enterros deu de
presente aos filhos um caixão duplo.
Os filhos deram de presente aos
seus filhos a história de seus alegres pais.
Um filho deu ao outro filho uma
lágrima.
O filho chorou-se todo e
afogou-se no choro.
120 anos depois uma mulher parou
na beira de um homem e
atirou uma pedra para dentro
dele.
O homem disse: não gosto de
pedras.
A mulher tentou com um pedaço de
pau.
A felicidade deles tornou-se
insuportavelmente bela.
Tradução Fabiana Macchi
(publicado na Sibila - Revista de
Poesia e Cultura N. 2, 2002)
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