GIRA NEGRA
pássaro noturno abre o trabalho
e a noite ancestraliza
os poros da bahia
de todos os cantos
cada corpo em seu lugar de multidões
alça voo entre as estrelas
e aranhas que tecem na mente
a sabedoria das mulheres
sapateiam no toque dos couros
meninos virados em assombro
fiam rastros de barcos
nas mãos do poeta
castro alves
que acena ao céu
- o céu de salvador: boca
murcha de nuvens
falando a língua da lua-
e aquela onda
embaraçando
luz e som
e cais e panos
é uma negra
dançando
trovões africanos
Nenhum comentário:
Postar um comentário