A língua nunca foi e nunca é, em
tempo algum, um terreno apolítico, pois ela não pode ser separada daquilo que
uma pessoa faz com a outra. Ela sempre vive no caso específico, cada vez é
preciso estar à espreita para arrancar-lhe o seu intento. Nessa indissociabilidade
da ação ela se torna legítima ou inaceitável, bonita ou feia, também se pode
dizer: boa ou má. Em cada língua, isto é, em cada modo de falar estão fincados
outros olhos.
Herta Muller, in
O rei se inclina e mata
Editora Globo
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