A tumba
entreaberta feito costela,
cheirando à
passado, pó e gerânio.
Chama a atenção
de quem passa por ela
a voz medonha:
roubaram meu crânio!
Ninguém sabe do
que falava às tantas
quando viva, a
mandíbula. Ou do peso
vertebral que a
coluna já não levanta.
Se seu sonho era
leve ou obeso.
É preciso pedir
à quem compete,
ouvir
testemunhas de par em bar,
investigar
góticos e Hamlet.
A quem interessa
a cabeça morta?
Será que a vida
serve para acabar
em um soneto de
métrica torta?
Nenhum comentário:
Postar um comentário