Artes Visuais

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

PAUL CELAN -

Ilegibilidade deste
mundo. Tudo em dobro.

Os fortes relógios
dão razão à hora cindida,
roucos.

Tu, presa nas tuas profundezas,
somes de ti
para sempre.

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Quem arranca do peito seu coração para a noite deseja a rosa.

São seus a folha e o espinho,
para ele ela põe a luz no prato,
pare ele ela enche os copos com sopro,
pare ele murmuram as sombras do amor.

Quem arranca do peito seu coração para a noite e o atira alto:

Não erra o alvo
apedreja a pedra,
e ele bate o sangue do relógio,
para ele sua hora soa o tempo na mão:
ele pode brincar com bolas mais bonitas
e falar de ti e de mim.

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do livro Cristal.  
Tradução de Claudia Cavalcanti.
Ed. Iluminuras.

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