caranguejos da noite
arranham farpas
esfiapam silêncios
em órbitas de vogais
parietais de esqueletos
investidos de ódios
em onde de nuncas:
noite é a ferida do nome
noite é queimam palavras
ferida é nunca de nunca mais
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espaço vegetal, tempo lagarto:
mãos fluidas; voz movediça;
olhos de musgo, na pedra;
quem sou eu, nessa era líquida,
menos homem que número,
letra negra, fragmento do caos,
movendo-me à roda de teu nome?
Claudio Daniel, em LETRA NEGRA, incluído em seu livro
CORES PARA CEGOS (Bauru: Lumme Editor, 2012).
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