Pudessem as palavras do poeta ser
casa e outro corpo, ser lugar e caminho, companhia e prova tão simples da
existência divina. Pudessem aquelas palavras ser de levar sobre a cabeça,
contra a chuva e contra o frio, e servissem para levar à boca e engolir, a
matar todas as fomes, ou servissem de beber, a matar todas as sedes. Os poemas,
dizia o meu pai, podem ser completos como muito do tempo e do espaço. Podem ser
verdadeiramente lugares dentro dos quais passamos a viver.
(Valter Hugo Mãe)
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