Artes Visuais

terça-feira, 31 de março de 2020

em outros termos




Vírus,
quero dizer: rasgos
no agora, ou seja: ajustes
acontecidos na fala do corpo,
o que significa: grito do seu nome (Ninguém)
ao sabor das horas virgens, isto
é: as pistas no corredor
vazio, atingido por luzes
acesas da tarde, melhor
dizendo:
a mão invisível varrendo
todo vulto descartável
sem validade desde
sempre, em
diferentes palavras: a deusa do acaso
cosendo com o fio
frio do labirinto, aliás: a morte
como mote para presenças
em coma, encontrando
enfim, o tão escondido
negativo que pairava à vista de todos
ressoando o espelho sem
reflexo (mas ansioso
por distintas escolhas), por outra
forma: não assentir
o consumo faminto por
subjetividades, em ver
dade: ver a
vida

foto: Solange Domingues



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