Artes Visuais

domingo, 31 de maio de 2020

Prosas em outras paragens



Desde este mês comecei a publicar, todo dia 16, uma prosa (crônicas? memórias? ensaios poéticos?) no BLOG DAS 30 PESSOAS. Essa foi a primeira:

Luz apagada, fecho o livro e os olhos. O corpo relaxado, um suspiro longo para acomodar o sono e ouço um eco do que acabo de ler: o pai do escritor Lima Barreto, subitamente, enlouqueceu. Foi dormir lúcido e, no meio da madrugada, acordou delirando. Nunca mais se recuperou. A imagem desse pai dormindo na véspera da loucura me traz a curiosidade de saber como é o meu próprio rosto neste momento em que estou estirado na cama, madrugada nascendo. Das questões infantis que me acompanham ainda hoje: saber com qual rosto os outros me reconhecem. E ao pensar em meus traços, a imagem que surge é do meu avô (com quem eu me pareço) deitado em seu caixão, prestes a virar cinzas. Sou eu ali, morto? Sorrio, como também minha mãe sorria em seu próprio velório. Meu avô estava lá, se despedindo da filha. Quando na vez dele, eu estava lá, (como estou agora, revendo seu rosto) velando o corpo ao som da música caipira que tocava ao fundo: Saudade de Matão. 

LEIA A PROSA COMPLETA AQUI


(...)


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